Bourbon Street

Assenti com a cabeça e olhei em volta enquanto caminhávamos - Está bem. Depois vai cada um para o seu dormitório. - disse com um encolher de ombros. Era estranho estar com ele assim. Quando o Riley tinha acabado comigo, tinha-me sentido tão zangada que só me apetecia matá-lo e agora aqui estava eu a passear com ele, vá, com alguma vontade de o beijar. Por amor de deus. Parecia um mal de família gostar do rapaz errado. Devia ter aprendido com o exemplo dos meus pais - Podes sempre ficar acordado até essa hora a ver televisão.

Olhei-a quando disse que depois ia cada um para o seu dormitório, aquilo parecia quase como um robot, como se ela não quisesse isso. Ou então era eu a ser convencido. Sorri enquanto a olhava - tu não queres isso pois não? - Perguntei com um sorriso maroto olhando em volta para a cidade - não, prefiro deitar-me, a minha cabeça está a latejar.

Levantei o olhar para o Riley e arregalei ligeiramente os olhos com a sua pergunta. Não é que eu quisesse estar com ele, mas também não queria não estar com ele. Era confuso mas o pior era que ele tinha reparado nisso - Eu durmo bem sozinha, não costumo precisar de companhia para adormecer. - disse com um sorriso para ver se me conseguia safar. Continuei a caminhar até ao carro dele e assenti - Então chegar à universidade e vais para a cama descansar.

Eu não sabia muito bem o que se passava comigo ou com a minha vida, a minha cabeça andava às voltas e eu não sabia o que pensava ou o que dizia, mal mandava em mim próprio desde há algum tempo. Mas eu sabia que gostava dela, tinha-a despachado e nem sabia muito bem porquê, só sabia que não era pessoa para ela. Isso chegava como desculpa para as outras pessoas, mas eu era egoísta por isso não chegava para mim. Fiz uma careta passando os dedos pelo meu cabelo por estar a pensar em coisas tão sem sentido e depois olhei-a. - Não é o suficiente - brinquei - admite que queres que vá contigo para o teu dormitório. - ri-me e dei-lhe um pequeno empurrão, não com muita força antes que a magoasse. - Vou para a cama ou para outro sítio, desde que dê para dormir eu fico bem.

Olhei para o Riley e revirei os olhos mas acabei por morder o lábio inferior e encolher os ombros - Mesmo que fosses para o meu quarto, não ia acontecer nada. - fiz uma careta e comecei a andar mais depressa em direção ao carro dele - O que não quer dizer que eu queira que tu venhas para o meu quarto. - disse muito rapidamente. Encostei-me ao carro e esperei que ele o abrisse - Eu sei, já adormeceste na minha banheira. - relembrei-o com um sorriso.

Ri-me quando disse que não ia acontecer nada e olhei-a com um sorriso maroto vendo já pelo canto do olho o meu carro ao longe. - Tu é que falaste nisso, não fui eu, podes não querer que eu vá para o teu quarto, mas queres festa - assenti com a cabeça com um sorriso convencido - Adormeci mais em cima de ti do que em cima da banheira. - brinquei.

- Eu não quero festa. - disse com um revirar de olhos. Assim que entrei no carro do Riley, coloquei o cinto de segurança para ver se ele se despachava a voltar para a universidade. Eu queria festa? Por amor de deus. Ele é que queria festa. Voltei a revirar os olhos e virei a cara para ele assim que voltou a falar - Sim, isso foi ainda melhor. Fiquei com uma dor de costas horrível para tu teres uma boa noite de sono. - abanei a cabeça - E ainda dizem que sou uma pessoa horrível.

-Queres queres - brinquei com o mesmo sorriso. Entrei no meu carro e coloquei o cinto endireitando-me e concentrando-me para começar a conduzir e ri-me do que ela disse a seguir - ninguém diz isso de ti e quem diz está muito invejoso por seres filha de quem és - disse muito diretamente arrancando em direcção ao colégio.

Voltei a revirar os olhos enquanto o olhava. Ele era mesmo tão irritante mas mesmo assim... - Não quero nada. Acho que tu é que gostaste da minha banheira e te estás a fazer de convidado para o meu quarto. - disse com um sorriso e desviei o olhar para o meu vidro assim que ele começou a conduzir para a universidade - As pessoas acham que por ser filha da diretora e por a minha família estar responsável pela universidade à muito tempo que isso me faz especial. Eu sou especial por mim, não pela minha família.

-Eu gosto do teu quarto -admiti assentindo com a cabeça - é mais parecido que um quarto do que com um dormitório. Experimenta dormir no meu dois dias seguidos. Cansavas-te - disse com um sorriso. Fiquei durante uns segundos calado a ouvi-la mas depois olhei-a, distraindo-me apenas durante dois segundos, mas a estrada também estava vazia por isso não havia problema - Precisas de mostrar isso às pessoas. Pelo menos se queres parar que eles te chateiem, porque se fosse eu não fazia nada. - até porque eu tinha bastantes gajos, principalmente, a odiarem-me não sei bem porquê.

Abanei a cabeça enquanto sorria com o que o Riley disse do meu quarto - Não vou passar duas noites no teu quarto se era isso que querias e tu não estás convidado para o meu, não penses. - desviei o meu olhar para ele com um sorriso. Encolhi os ombros com o que ele disse - Não me importa o que as pessoas pensam de mim, pelo menos não todas. - claro que o que a minha família pensava de mim me interessava a não ser que começassem a ser demasiado irritantes. E bem, o que ele pensava de mim estranhamente também me interessava.

Voltei a olhar a estrada mas ri-me do que ela disse. - Mas eu nem falei em nada disso, nem pensem em tal coisa - abanei a cabeça - tu queres desesperadamente ir para a minha cama ou convidar-me para passar uma noite no teu quarto, não queres? - perguntei apenas para a picar e parei o carro assim que chegámos à república - não tens que te importar

Revirei os olhos com as coisas todas que ele dizia - Isso é mentira. É o que tu queres e agora estás a fazer parecer que eu sou uma tarada e que quero o que tu queres. - voltei a revirar os olhos por aquilo não fazer grande sentido. Assim que chegámos à universidade, desapertei o cinto e sai do carro do Riley, abraçando-me a mim própria assim que senti o fresquinho - Não me preocupo. - comentei mais para mim do que para ele.

Agarrei no meu casaco antes de sair do carro e fechei-o guardando de novo a chave. Fui ter com ela dando-lhe o meu casaco já que eu não tinha frio e encolhi os ombros - tu também queres isso - disse-lhe sabendo que queria. Sorri mudando de assunto antes que ela se passasse comigo. - Espero que durmas bem - disse quando chegámos à entrada, visto que havia um corredor que nos separava do quarto das raparigas.