Discoteca

Mal senti os seus lábios no neu pescoço, fechei os olhos, pendendo ligeiramente a cabeça com um sorriso prazeroso. Ai mãezinha que pecado. Só os voltei a abrir quando o ouvi falar e olhei-o com uma pequena careta.- assim não dá para quê Ken? - perguntei, voltando a enfiar as minhas mãos dentro da sua camisola.- podes estar agarrado a mim na mesma, encolhendo-me toda mal o senti roçar-se no meu pescoço.- isso faz cócegas.- guinchei. Assim que parou, levantei de novo o olhar para e só tive tempo de me agarrar ao seu pescoço para o beijar.

O meu subconsciente estava a tentar repreender-me ao me mostrar a minha mãe toda irritada a ralhar-me, mas isso só me dava mais vontade de rir do que a que já tinha. Passei as mãos pelas suas pernas, subindo ligeiramente o seu vestido, mas não muito, porque estava a tentar controlar-me apesar de tudo e puxei-a mais para mim intensificando o beijo.

Passsei as pontinhas dos dedos pelos seu pescoço enquanto o beijava e acabei por subir de novo as mãos para o seu cabelo, ao mesmo tempo que sentia o meu vestido subir também. Abanei os pés, até me conseguir descalçar e cheguei-me o mais que consegui para ele, apertando ligeiramente o seu cabelo mal senti a sua língua tocar na minha. Ai ai ai, eu estava perdida.

Agarrei nas suas pernas mal ficaram lado a lado com o meu corpo e não larguei os seus lábios nem a sua língua em algum segundo. Se isto continuasse assim eu não ia conseguir aguentar muito mais tempo, não a conseguia afastar porque eu queria aquilo e ela estava a ser tão sexy e já estava em cima de mim e... Afastei a minha boca da sua passando depois uma mão pela zona da sua barriga - preciso de parar - disse baixinho, agora já podia falar normalmente porque aquela zona era mais resguardada.

Eu nunca me tinha sentido assim, nem das outras vezes em que tinha estado bêbada, nem mesmo quado estava sóbria. Acho que era tão novo para ele como era para mim. Apertei ligeiramente o seu cabelo nas minhas mãos, gemendo baixinho contra os seus lábios e assim que o senti afastar os seus lábios dos meus, fiquei a olhá-lo completamente ofegante.
- É melhor.- concordei num múrmurio, debruçando-me até encostar a minha cabeça no seu peito.

Assenti com a cabeça quando a ouvi e fechei os olhos passando os dedos pelo cabelo de Bri quando se encostou a mim. Desapertei um bocado a camisa que tinha por baixo do polo para tentar apanhar um bocado de ar, mas isso não resultava em nada - não é sempre assim pois não? - perguntei encostando a cabeça ao sofá.

Tinha a minha respiração tão ofegante e uma vontade tão grande de fazer coisas que não devia, que nem era bom. Metia-me em cada coisa. Soltei um suspirinho ao sentir a sua mão no meu cabelo e depois levantei o olhar para ele, encolhendo os ombros.
- Nunca me tinha acontecido.- disse ainda encostada a ele.- acho que exagerámos na bebida. Era a única explicação.

Ri-me quando disse que exageramos na revista e encostei a cabeça à dela, dando-lhe um beijo na bochecha - ou então eu sou mesmo um menino mau - disse baixinho, ia ser a desilusão dos meus pais se aparecesse em algum jornal. Bocejei agarrando-me á sua cintura e nem tive tempo de me sentir a adormecer no seu ombro.

Sorri ao sentir o seu beijinho na minha bochecha e fiquei a olhá-lo pelo canto do olho, visto que estava toda encostada a ele.
- É, eu bem disse.- brinquei enquanto me ria.- és um menino mau, mas não deixas de ser sexy.- disse, encolhendo os ombros e quando dei por isso, já ele tinha adormecido agarrado a mim. Arregalei ligeiramente os olhos, olhando em volta, mas acabei por voltar a olhá-lo com um sorrisinho, aninhando-me no seu corpo enquanto lhe fazia festinhas. Parecia um bebé.

Não dormi durante muito tempo, mas o suficiente para fazer uma careta quando acordei. A minha cabeça doía e o meu estômago não estava em muito bom estado, mas aguentava. Ri-me baixinho ainda meio bêbado e sem saber porque o fazia e encostei a cabeça à testa da barbie - é melhor ir embora, não é?

Durante todo o tempo em que o Ken dormia, fiquei apenas a fazer-lhe festinhas. Não que não tivesse sono, porque tinha, mas não me ia por a dormir ali no da discoteca. Eu era maluca, mas nem tanto. Deslizei os meus dedos pelo seu cabelinho sedoso e levantei o olhar assim que ouvi a sua voz.
- Dormiste bem? - perguntei, soltando um risinho e passei as pontinhas dos dedos pela sua bochecha assim que encostou as nossas testas, assentindo.- é.- murmurei.- eles ainda nos obrigam a pagar mais por estar a fazer dos sofás camas.- brinquei.

Ri-me com a sua pergunta esfregando os olhos, mas quando a voltei a olhar forcei-me a sorrir, eu não me tinha arrependido, mas só esperava que nada disto fosse parar aos jornais, a minha mãe mater-me-ia se me visse ou sonhasse que eu tinha vindo a uma coisa destas. Acabei por lhe dar um beijinho na bochecha e levantei-me pousando-a no chão - não é como se isso fosse um problema - ri-me arregalando os olhos de seguida - quer dizer, para mim, não quis dizer mais nada - disse referindo-me ao dinheiro. Nem toda a gente podia ser rico.

Agarrei-me ao seu pescoço assim que ele se levantou comigo ao colo e ajeitei o meu vestido, puxando-o para baixo, assim que me colocou no chão. Coloquei o cabelo para trás dos ombros e subi o olhar para ele, rindo-me ao vê-lo todo atrapalhado. Falando por mim, não convinha pagar mais do que o que já tinha pago, não tinha dinheiro para tanto.
- Eu percebi Kenzinho, respira fundo.- sorri, esticando-me até lhe dar um beijinho no queixo.- vamos? - perguntei, agarrando-lhe na mão.

Sorri ao perceber que ela não se tinha chateado e dei-lhe uma festinha na mão que agarrava - eu não faço distinções entre pessoas, só quero que saibas isso - disse, eu conhecia há horas mas sabia que ela ia ser uma grande amiga até ao fim, se.. não ficasse chateada quando descobrisse a verdade, porque eu sabia que eventualmente ela ia fazê-lo. - vamos - disse tentando encontrar a saida.

- Eu sei Ken, pareces ser boa pessoa.- semicerrei os olhos com um sorrisinho.- em todos os sentidos.- ri-me, encostando-me ao seu braço e assim que o ouvi dizer para irmos embora assenti, puxando-o para que começássemos a andar.- diz lá, sou ou não sou a melhor pessoa para te ensinar a divertires-te? - levantei o olhar para ele, fazendo depois uma cara toda espertinha.- é bom que digas que sim.- voltei a semicerrar os olhos.- ou ficar sem diversão para o resto do ano.- brinquei, mordendo-lhe o braço.

Sorri quando disse que parecia ser boa pessoa e assenti com a cabeça, eu considerava-me boa pessoa, fui educado principalmente pela minha mãe e ela era a pessoa mais incrivel que eu alguma vez conhecia. Era um mimado também e apesar da noite ter sido boa eu ainda estava a achar isto tudo estranho - és - ri-me abanando a cabeça - eu gostei - garanti - eu não costumava sair, a minha mãe é bastante controladora. - respirei fundo quando senti o ar fresco.

Mal saímos da discoteca, todo o meu corpo se arrepiou. Era o que dava sair à noite e nem sequer levar um casaco. Se bem que eu nem sequer estava à espera de que fôssemos sair. Encolhi-me ligeiramente, desviando o olhar para o Ken e sorri toda convencida quando confirmou o que eu já sabia.
- Eu sabia que ias gostar.- disse enquanto mexia as minhas sobrancelhas para cima e para baixo e comecei depois a andar ao seu lado. Levantei ligeiramente as sobrancelhas mal falou na sua mãe e encostei a cabeça ao seu braço.- ela nunca te deixava sair?

Olhei para os seus braços quando a vi toda arrepiada e dei-lhe o meu casaco que levava na mão, não tinha frio, pelo contrário, estava cheio de calor. - Toma, eu não tenho frio - garanti olhando em volta apenas por garantia. Encolhi ligeiramente os ombros fazendo uma careta - não - olhei-a - a única vez que saí foi com o meu primo e ele é um bocado maluco e deu em problema por isso nunca mais me deixou. Até para vir para aqui -referi-me à universidade - foi um problema.

Olhei para o Ken assim que o ouvi e juntei as sobrancelhas ao vê-lo oferecer-me o seu casaco. Abanei a cabeça, abrindo a boca para lhe dizer que não, mas assim que ele me assegurou de que não tinha frio, acabei por encolher os ombros, assentindo enquanto agarrava no seu casaco.
- Obrigada.- murmurei, vestindo-o e não consegui não me rir ao ver como me ficava grande e largo. Soltei um suspirinho agradado, por estar mais quentinha e voltei a subir o olhar para ele, fazendo uma pequena careta.- os meus pais sempre me deram liberdade para fazer o que quisesse, mas sem abusar claro.- encolhi os ombros.- a tua mãe é assim apenas por ser uma mãe galinha? - perguntei.- ou aconteceu alguma coisa?

Olhei-a quando me pediu de para deixar de ser estúpido e comecei a arrepender-me lentamente de sequer ter saído da cama hoje, aliás estes dias todos, andava tudo a correr mal, apenas tinha um pequeno incentivo lá. Fui até ao local onde era a festa e estacionei onde havia lugar. Saí do carro esperando que ela fizesse o mesmo.

Assim que o Riley estacionou o carro, tirei o cinto e sai do mesmo, voltando a ajeitar o meu vestido antes de começar a andar - O que é que tens? - perguntei quando o vi demasiado calado. Se a bipolaridade o tinha afetado de novo eu ia matar-me. Ou chamava um taxi para a universidade - Anda. - agarrei na mão dele e puxei-o para que viesse comigo para a fila da discoteca que ainda estava pequena.

Fechei o carro colocando as minhas chaves na mala dela quando cheguei ao seu lado, visto que era ela que ia conduzir e olhei-a quando me perguntou o que tinha fazendo-me encolher os ombros e puxando-a para perto de mim quando me agarrou na mão. Mostrei as nossas pulseiras que tinha comprado antes para não serem tão caras e olhei em volta mal entrámos.

Mordi o interior da bochecha por o Riley estar tão calado. Sim, a bipolaridade tinha afetado de novo aquela cabeça. Meu deus, era tão estranho estar com ele. Num momento estava aos berros comigo a ser um completo estúpido e no outro estava todo em cima de mim a beijar-me. Assim que entrámos na discoteca, respirei fundo e olhei em volta. Ainda não estava lá muita gente mas começava a encher. Meti-me em bicos de pés apesar dos meus saltos para estar mais próxima do Riley e ele me conseguir ouvir por cima de todo aquele barulho - Queres beber alguma coisa?

Olhei em volta quando entrámos na discoteca, esperava que aquilo enchesse, mas também se não enchesse não fazia mal, apenas me precisava de divertir. Virei a cabeça para Charlotte quando percebi que me ia dizer alguma coisa e quando falou em beber eu assenti com a cabeça sorrindo-lhe. - Quero - respondi em voz alta agarrando-lhe na mão para irmos até ao bar e ela não se perdesse entretanto.