Quarto do Luke Cohen e Peter Windor

Reparei que já tinha um colega de quarto mas ele não estava lá. Tomei um duche rápido, vesti uns calções e deitei-me a ver televisão, ainda não tinha sono.

Depois de algum tempo a ver televisão, acabei por desliga-la. Pus o despertador para as 7 horas e adormeci.
À hora certa o despertador tocou. Vesti algo simples, depois no ginásio trocava para a roupa de exercício.

Roupa:

Comi uma maçã e fui para o ginásio.

Puxei as minhas malas todas colocando-as num canto onde não estava nada de ninguém e fiz uma careta, aquilo era demasiado pequeno, eu ia ficar claustrofóbico. Mas ia habituar-me, era para isso que tinha vindo para cá, para ter uma vida minimamente normal. Espreitei para a casa de banho e para o resto do dormitório e assenti com a cabeça, não era nada de mais, mas não estava mal para uma republica. Lembrei-me de que tinha a rapariga à minha espera e fui só mudar de roupa para ir de novo ter com ela.

Depois de vir do parque de diversões tomei um banho porque tinha tido treino e depois sentei-me no computador a estudar.

Arrumei as minhas coisas tentando ter tudo mais ou menos organizado e sentei-me na cama agarrando no meu telemóvel, ele queria combinar encontrarnos, ele estava numa universidade perto e... e queria irritar-me, só podia. Coloquei o telemóvel em cima da mesa-de-cabeceira e fui vestir o meu pijama indo directamente para a cama, mal fechei os olhos, adormeci.

Abanei negativamente a cabeça para lhe responder. - Não há perigo - disse-lhe com um encolher de ombros - há mas não é tanto como se andasses por aí a passear. O meu colega de quarto raramente cá vem, por isso estamos bem - sentei-me na cama a seu lado e ri-me do que ela disse - eu não acho que seja boa - estava a ser um estúpido por não serem tão boas como a minha cama - é demasiado pequena - fiz uma careta

Aconcheguei-me em cima da sua cama fofinha e agarrei-me a uma das almofadas, olhando-o. Assenti, rezando mentalmente para que o seu colega de quarto não aparecesse e descalcei-me com a ajuda dos meus próprios pés, arregalando depois os olhos com o que ele disse.
- Não é boa? - quase que guinchei, puxando-o para que viesse para ao pé de mim.- experimenta dormir na minha e depois falamos.- semicerrei os olhos.

Ri-me levemente da sua cara e encolhi os ombros - desculpa - pedi por estar a ser super materialista - é só que não estou habituado - encolhi os ombros mais uma vez - para mim isto é tudo super pequeno - fiz uma careta e deitei-me ao seu lado encostando a cabeça à almofada e fiquei a olhar o tecto - por não poder sair muito do palácio, estou demasiado habituado a estar por lá.

Deitei-me de barriga para cima, com a almofada sobre a mesma e continuei abraçada a ela, só virando depois a cara para Peter quando falou.
- Eu sei.- disse com um sorriso para que ele entendesse que eu o percebia.- eu é que não estou habituada a nada disto, acho que se algum dia visse a tua cama lá desse palácio me dava um ataque.- ri-me.- mas conta-me, como é que ele é? - perguntei com um sorrisinho.- o que é que fazias durante o dia, já que não podias sair de lá?

Fiz uma careta com as perguntas dela e encolhi os ombros - Não fazia nada de especial, ia a reuniões com os meus pais e eles preparavam-me para eu ser o próximo rei - mordi o lábio - se não encontrar o meu irmão durante este ano sou eu o próximo a casar - olhei para Brianna e mordi a parte de dentro da bochecha - os meus pais tornaram-se tão conservadores desde que perderam o filho que decidiram casar os filhos com uma princesa escolhida. - deixei a minha cabeça cair na almofada enquanto olhava o tecto.

Aquela cama era mesmo boa, eu acho que se não fosse proibido eu estar ali, ia dormir com Peter todas as noites. Por causa da cama, claro. Descalcei-me com a ajuda dos meus pés, deixando as sapatilhas caírem no chão e puxei as mantas, colocando-me debaixo das mesmas, por estar quentinho ali. Virei-me de lado, ficando a olhar para ele e à medida que falava, mais a minha careta aumentava.
- Vais ter de te casar? - perguntei, controlando-me para não revirar os olhos.- os teus pais querem mesmo condenar-te, não querem? - resmunguei.- e se ela for feia? - acabei mesmo por revirá-los.- temos de encontrar o teu irmão, o mais rápido possível.

Sorri com a sua careta, era normal ela ficar assim, se fosse ao contrário acho que também estaria da mesma forma. Assenti às suas perguntas e encolhi os ombros - se ela for feia não tenho escolha - ri-me - eles voltaram ao antigo porque pensam que assim não há perigo mas não se lembram de que também se apaixonaram um pelo outro. - fiz uma careta quando ela disse que tinha que encontrar o meu irmão. - Para ele também se ter que casar? Imagina que ele já tem namorada e por causa de mim ele tem que vir para este mundo estúpido. - virei-me para ela - não me parece que ele se fosse habituar, nem aceitar mesmo que isso o tornasse uma pessoa bastante influente no mundo inteiro.

Estava mais do que visto, eu já não achava piada nenhuma ao mundo dele. Tudo bem, os vestidos eram giros, pelo menos os do filme, mas do pouco que já sabia da vida real, estava bastante agradecida por não ser nenhuma princesa. Eu era daquele tipo de pessoas que imaginava a vida como um conto de fadas, por mais estúpido que isso fosse, acreditava no amor e sobretudo, achava que o casamento só devia acontecer se duas pessoas se amassem, não concordava com o facto de serem obrigadas a casar-se, e era por isso que tudo o que ele me contava ia contra todas as coisas em que acreditava.
- Não podes dizer que não? - murmurei, quase que adivinhando qual iria ser a resposta.- não acho justo que tenhas de te casar com alguém que não conheces.- encolhi os ombros.- se os teus pais se casaram por amor, porque é que te vão obrigar a casar com uma qualquer? - revirei os olhos, ficando a olhá-lo quando se virou para mim e mordisquei o meu lábio enquanto o ouvia.- preferes ser tu a casar? - perguntei, com uma sobrancelha levantada.- não estou a dizer que tenha de ser o teu irmão, mas..- encolhi os ombros com uma careta.- não sei, não acho justo para nenhum dos dois, imagina que te apaixonas e arranjas uma namorada enquanto aqui estás.- supus.- vai ser tão penoso para ti como para ele.

Encolhi os ombros a todas as suas perguntas e assenti com a cabeça. Não queria falar daquilo, pensar já era mau quanto mais saber que aquilo ia acontecer. - Deixa, não quero falar disso - murmurei passando os dedos pela sua mão, agarrando nela - estás a gostar do quarto? - perguntei rindo-me, fechando depois os olhos quando enfiei a cabeça na minha almofada

Soltei um pequeno suspiro quando me disse que não queria mais falar sobre aquilo, não era que concordasse, mas se ele não queria, eu não ia insistir.
- Podemos não falar.- murmurei.- mas não é justo, se algum dia te quiseres casar merece ser com alguém que ames de verdade.- disse, encolhendo os ombros e logo acabei com o assunto, desviando o olhar para a minha mão, que agora estava a ser agarrada pela sua. Sorri, chegando-me mais para ao pé dele e encostei a minha cabeça na sua. Entrelacei ligeiramente os meus dedos nos seus, ficando a brincar com os mesmos e ri-me baixinho com a sua pergunta.- o que é que tu achas? - perguntei com um sorrisinho.- estou a pensar seriamente em vir dormir para aqui.- mexi as sobrancelhas.

Fechei os olhos com um suspiro. Era mau para mim, mas para ele, para o meu irmão seria pior, ele tinha uma vida diferente, estava habituado a ser normal, porque para estar aqui ela tinha que ter uma vida estável. Suspirei mais uma vez e abracei-me a Bri. Era estranho estar com ela assim por a conhecer à pouco tempo mas também era bom, nunca tinha estado tão confortável com alguém, sentia-me normal, se é que era isto que era sentir-se normal. - Podes vir, não me importava - sorri - a sério.

Estava feliz por o ter conhecido, apesar de ser estranho ser amiga de uma pessoa tão importante como ele, estava feliz por o ter conhecido, muito feliz até. Sentia-me bem com ele. Despertei dos meus pensamentos quando o senti abraçar-me e a minha primeira reacção foi erguer as sobrancelhas, espantada, mas logo o abracei também, levando uma mão até ao seu cabelo, para lhe fazer festinhas.
- Eu sei que não te importavas.- disse toda convencida.- mas o problema é que eu não posso estar aqui, lembraste? - fiz uma careta.- sou odiada pela tua fraternidade, uma espécie de alvo a abater.- gozei, apesar de não ser assim tão mentira. Nós éramos os caloiros e eles os doutores, ou seja, podiam fazer de nós o que quisessem.

Levantei o olhar o que foi um erro porque tinha os olhos dela perto dos meus e consequentemente também os lábios dela perto dos meus. Dei-lhe festinhas nas costas sem me mexer o que quer que fosse e encolhi os ombros - era bom que dormisses cá o meu colega de quarto mal cá aparece - murmurei com uma careta. - Também não o quero conhecer ainda goza comigo.

Baixei o olhar para os meus dedos que deslizavam pelo seu cabelo e quando o voltei a levantar, dei de caras com os seus olhos demasiado perto dos meus, bem como os meus lábios dos seus. Sustive ligeiramente a respiração, passando a língua pelos lábios e engoli em seco antes de falar.
- Eu não me importava nada de dormir contigo.- disse, já meio desorientada por causa da sua respiração, mas, quem é que o mandava aproximar-se tanto? Arregalei ligeiramente os olhos quando assimilei as minhas próprias palavras.- quer dizer, é um caso a pensar.- encolhi ligeiramente os ombros com um sorrisinho que logo ficou mais sério quando ele falou.- porque é que ele haveria de gozar contigo? - perguntei, roçando o meu nariz de forma inconsciente no seu.- é fácil gostar de ti Kenzinho.

Não a podia beijar por isso mantive-me muito paradinho apenas a olhar para os seus olhos, era melhor que olhar para os seus lábios, mas mesmo assim dava uma imensa vontade de a beijar. Uma coisa era estar fora de mim e beija-la, outra coisa era estar em mim e beija-la. Fechei os olhos para não ver mais nada e encolhi os ombros - porque eu sou quem sou, há pessoas que gozam, não somos glorificados por todos - sorri abrindo de novo os olhos sentindo mais tarde o seu nariz roçar no meu. - falas por experiência própria? - perguntei baixinho.

Eu não conseguia perceber o que se estava a passar, mas a verdade era que os seus lábios demasiado perto dos meus era algo que eu não conseguia deixar passar despercebido. Só que agora eu não estava a ser influenciada pelo álcool, estava completamente sóbria, o que, sinceramente, era o que me estava a assustar ainda mais. Mordi a parte de dentro da minha bochecha com força quando o vi de olhos fechados e percebi que devia ser a única com aquela estranha vontade súbita. Suspirei, abanando ligeiramente a cabeça e quando me ia afastar ele voltou a abrir os olhos, o que acabou por me fazer ficar na mesma completamente encostada a ele. Limitei-me apenas a assentir quando me explicou o porquê de o seu companheiro gozar com ele, mas nem disse nada, estava a começar a ficar demasiado atordoada para isso. Nem penses Brianna! Passei a língua pelos lábios, engolindo em seco e esforcei-me por concentrar o meu olhar nos seus olhos, voltando a assentir à sua pergunta.
- Sim.- murmurei, tentando não me mexer muito.- foi muito fácil para mim gostar de ti.- disse, olhando para os seus lábios durante uns breves segundos. Oh meu deus.

Ela era uma pessoa muito sociável pelo que nunca passava despercebida, em todos os sentidos, porque também era bastante bonita, tinha uma expressão adorável e divertida. Olhei para os seus olhos que desceram até aos meus lábios apenas por uns segundos e fiz o mesmo por instinto, eles parecia que estavam cada vez mais perto, mas era apenas eu a movimentar-me na sua direcção. Do que ela tinha dito, eu não tinha ouvido nada, mas deixei que o meu corpo me orientasse porque eu já não sabia o que é que devia ou não fazer.

Eu sei que nos conhecíamos há muito pouco tempo, mas isso não me parecia conseguir impedir de ter vontade de o beijar. Não diria que estivesse apaixonada, porque não estava, mas ele não me era completamente indiferente, nós dávamo-nos bem, ele era divertido e querido, eu gostava dele, era um bom amigo. Se bem que, normalmente, não me dava uma vontade avassaladora de beijar os meus amigos. Revirei os olhos aos meus próprios pensamentos e só quando voltei a focar os meus olhos nos seus é que reparei que os seus lábios se aproximavam ainda mais dos meus. Eu não me estava a mexer..pois não? Isso queria dizer que..eu não era a única a querer? Arregalei ligeiramente os olhos, voltando a deixá-los descair até aos seus lábios e de um momento para o outro, sem me conseguir controlar mais, já estava agarrada ao seu cabelo, a beijá-lo.

Quando nos começamos a beijar, aproximei-me instintivamente mais dela e desci as mãos pelas suas costas sentindo o seu rabo já debaixo delas quando afastei uns segundos os meus lábios numa tentativa de respirar, beijando-a logo de seguida. Algo me dizia que isto não ia correr bem, não era por causa de a estar a beijar, era pelo facto de a querer tanto.