Quarto do Luke Cohen e Peter Windor

Olhei para a camisola agradecendo com um sorriso por a estar a ajeitar. Agarrei-lhe na mão para que não caísse quando saltou para o chão e encolhi os ombros. - Eu pensava que te ias demorar mais por isso não foi tão rápido - tentei desculpar-me. - Pronto - sorri sem me chatear por me ter chamado de vaidoso. Eu era, bastante. - Mas - olhei-a antes de começarmos a andar - vamos a um sítio mais escondido, eu sei que os meus seguranças andam aí escondidos - revirei os olhos - mas.. não quero muita gente à minha volta.

Encostei-me ao seu braço depois de o sentir agarrar-me na mão e subi apenas o olhar para ele, rindo-me baixinho com a sua tentativa de desculpa.
- Escusas de tentar princesinha, foste apanhado.- pisquei-lhe o olho, esticando-me até lhe dar um beijinho na bochecha e depois, fiquei calada enquanto o ouvia falar. Sorri, assentindo-o e puxei-o pela mão para que começássemos a andar.-já sei o que vamos fazer.- disse ainda a sorrir.- vamos fazer um piquenique.- mexi as sobrancelhas, olhando-o e encostei a cabeça ao seu ombro.- compramos as coisas que são precisas e depois vamos para um sítio onde não esteja ninguém.- sorri marota.- o que me dizes?

Revirei os olhos por me ter voltado a chamar de princesinha mas não disse mais nada apenas sorrindo logo de seguida e andando a seu lado, para que ela me levasse a um sítio onde comer. Levantei as sobrancelhas quando ela falou em piquenique. - Eu nunca fiz um piquenique - disse com um sorriso - quer dizer, com os meus cães e com a minha prima quando ela me obrigava a brincar aos chás no jardim. - ri-me.

Desviei de novo o olhar para ele assim que o ouvi dizer-me que nunca tinha feito um piquenique e levantei ligeiramente as sobrancelhas, acabando por me rir com o que disse depois.
- Desta vez vais fazer um piquenique a sério.- gargalhei, começando a puxá-lo em direcção a um supermercado.- sem bonecas nem porcelanas, eu prometo. - pisquei-lhe o olho.- mas devo admitir que devia ser engraçado ver-te a ter brincadeiras de menina.- brinquei.

Ri-me com um revirar de olhos - Eu não queria fazer aquelas figuras, a minha prima era e ainda é uma chata - encolhi os ombros e entrámos os dois num mini-mercado que não tinha muita gente - e era muito perturbador quando a minha mãe aparecia e começava a brincar connosco - olhei-a - acredita, a minha infancia foi muito infeliz - ri-me começando a pegar em algumas coisas.

Olhei em volta assim que entrámos no supermercado e fui olhando também para as prateleiras enquanto ouvia Peter falar. Ri-me baixinho, quando tentei imaginá-lo a pentear uma boneca, mas acabei por desistir, visto que era demasiado perturbador.
- Não te preocupes, eu vou mostrar-te o que é um bom piquenique.- sorri-lhe e depois, apontei com o queixo para os cestos que estavam mais perto dele.- podes chegar-me um? - pedi.- e vai começando já a pensar em coisas boas que queiras levar para comermos.

Agarrei no cesto que ela me apontava e dei-lho - eu não sei o que comer num piquenique, acho que não vamos beber chá e bolinhos - sorri-lhe e agarrei numas batatas fritas de pacote, uma coisa que a minha mãe nunca me deixava comer. Sorri e estiquei o pacote na direcção dela - isto é bom? - perguntei e olhei em volta meio paranóico com as pessoas que me podiam ver.

Agarrei no cesto depois de mo ter estendido, agradecendo-lhe e comecei a olhar para as prateleiras, pegando logo num saco com pão. Ri-me, ao ouvi-lo falar e olhei para ele ao mesmo tempo que me estendia um pacote de batatas fritas.
- É.- respondi.- muito melhor do que chá e bolinhos, apesar de isso também ser bom.- ri-me, colocando o pacote dentro do cesto e dirigi-me depois à prateleira dos sumos, colocando também um dentro do pacote quando voltei a olhar para Peter.- ei, relaxa.- murmurei, tocando-lhe no braço assim que o vi olhar em volta pela milésima vez.- não está aqui quase ninguém.

Sorri levemente quando ela disse para relaxar e encolhi os ombros. - Desculpa - pedi indo ter com ela  - é mais forte que eu - continuei olhando para a comida - o que é que podemos comer mais? - perguntei para mudar de conversa e para a ajudar - podemos comprar chocolates? - perguntei com um sorriso inocente.

- Eu sei.- assenti.- mas tenta não pensar nisso, hoje preciso de ti bem disposto.- acaricei-lhe a mão ao de leve.- afinal, vamos fazer um piquenique só nosso.- sorri muito, mexendo também as sobrancelhas e ia responder à sua pergunta quando ele próprio respondeu, com outra. Ri-me com o seu sorriso, assentindo, e puxei-o até ao corredor dos doces.- escolhe o que quiseres, eu vou buscar umas peças de fruta e já volto para ao pé de ti.- disse e pousei o cesto junto dele, dando uma corridinha até às frutas.

-Esperemos que sim - disse quando ela disse: "Um piquenique só nosso." Isso ia ser difícil, mas eu ia dar ordens aos meus seguranças para estarem atentos aos paparazzi. - Despacha-te - pedi para não ficar ali sozinho. Olhei em volta quando fomos para o corredor dos doces e sorri como se estivesse no paraíso. Coloquei um monte de doces que não consegui escolher entre eles.

Olhei para a fruta toda que havia ali e acabei por pegar numa caixa de morangos, num cacho de uvas e aproveitei para pegar em fiambre, queijo e croissants pequeninos, voltando para junto de Peter com tudo nas mãos.
- Voltei.- disse com um sorrisinho, baixando-me para colocar tudo dentro do cesto e foi então que vi a quantidade de doces que ele tinha colocado lá dentro.- tu queres que eu engorde quantos quilos com isto tudo? - perguntei na brincadeira, rindo-me baixinho e coloquei também lá os doces, endireitando-me depois.- achas que está bom ou precisamos de mais alguma coisa?

Sorri inocentemente e agarrei no cesto para o levar até a uma das mulherzinhas que estavam na caixa. - Não me conseguia decidir - desculpei-me e olhei para o cesto - não sei, a especialista em piqueniques a sério és tu, eu só sou especialista de chávena sem chá - encolhi os ombros com um sorriso - mas sim, acho que nem metade disto como.

Ri-me baixinho, por continuar com aquela sua expressão de menino pequenino, e apenas assenti visto que, como era óbvio, eu também gostava de doces.
- Achas que exagerei? - perguntei logo, assim que disse que nem metade daquela comida comia, e olhei logo para o cesto.- se quiseres ainda estamos a tempo de deixar algumas coisas para trás.- olhei-o.- só queria que experimentasses algumas coisas boas.- justifiquei, encolhendo os ombros.

-Não, se não comermos metade é uma desculpa para fazermos outro, assim experimento todas as coisas boas. - ri-me e puxei-a para a caixa. Coloquei as coisas no sítio que andava até à caixa registadora e fiquei a olhar para outro lado que não fosse a senhora, para ver se ela desviava o olhar e não me reconhecia.

Ri-me com o que disse, semicerrando-lhe os olhos e dei-lhe um pequeno empurrão, tão pequeno que Peter quase nem se mexeu.
- És muito espertinho.- brinquei, ajudando-o a colocar os produtos no tapete rolante da caixa e só quando me endireitei é que percebi que a empregada estava a olhar fixamente para Peter. Levantei ligeiramente as sobrancelhas, revirando logo de seguida os olhos e olhei para Peter.- se quiseres podes esperar por mim lá fora.- disse baixinho, só para ele.- eu consigo desenrascar-me sozinha.

Sorri empurrando-a também um bocado, sem muita força para não a magoar e quando voltei a olhar para a empregada ela também me olhava. Olhei o chão, desconfortável e abanei a cabeça - não, vou ficar aqui, não te preocupes eu habituo-me. - assenti para reforçar a ideia. Se fosse para a rua ainda ficava numa situação pior por isso o melhor era estar ali.

Assenti ao que me disse, voltando depois a olhar para a empregada e revirei-lhe os olhos, sem qualquer problema, quando a vi a olhar de novo para Peter.
- Pode tratar das nossas coisas? - apontei com o queixo para os produtos.- estamos com alguma pressa.- murmurei, dirigindo-lhe um leve sorrisinho. Eu percebia que Peter fosse conhecido e que as pessoas tivessem uma admiração por ele ou lá o que fosse, mas chegava a ser sufocante vê-las a olhá-lo de segundo a segundo.

Olhei para Bri, reparando na forma que falava para a mulher e agarrei-lhe na mão, dando-lhe festinhas na mesma. - Tem calma, está tudo bem - disse-lhe baixinho só para ela e mal a mulher disse o preço eu tirei umas notas do bolso e paguei-lhe recebendo logo de seguida o troco e agarrando nas sacas. -Tens algum sítio onde dê para fazer um bom piquenique?

Mordi a parte de dentro da minha bochecha com força assim que senti alguém agarrar-me na mão e, assim que ouvi a voz de Peter, percebi que talvez estivesse a exagerar na forma como falava. Calei-me, não dizendo mais nada à mulher e assenti ao que Peter disse, encostando-me ligeiramente ao seu braço, mas apenas durante uns leves segundos, porque logo precisei de me afastar para colocar as nossas compras dentro dos sacos. Agarrei em alguns, depois de Peter ter pago, deixando que agarrasse nos outros, visto que também não podia com eles, e comecei a sair do supermercado, olhando de lado para Peter.
- Claro que sim.- assenti.- até te dou a escolher.- endireitei-me.- podemos fazer um piquenique na praia ou nalgum jardim que encontremos e que seja mais discreto.- encolhi os ombros.- onde preferes?

Sorri ao ouvir as suas escolhas e não foi preciso pensar muito para chegar a um acordo comigo próprio. - Vamos até à praia - respondi-lhe, em Inglaterra havia praia, mas não era nada como aqui, estava sempre mau tempo ou um tempo menos aberto em comparação ao que estava hoje e apesar de sempre ter gostado do mar e da praia raramente lá ia. Raramente podia.

Sorri, mal ouvi a sua resposta, visto que também preferia que fôssemos até à praia e aproveitei para agarrar na sua mão, para começarmos a andar até lá.
- O gigante vem atrás de nós ou vamos ficar sozinhos? - perguntei, olhando para o homem que ainda estava atrás de nós.- não que queira abusar de ti ou algo do género.- acrescentei logo, sorrindo marota, apesar de ser só para brincar com ele.

Olhei para as nossas mãos que estavam dadas e apertei-a levemente sorrindo-lhe. Permaneci meio encostado a ela, enquanto andávamos e olhei para trás, para um dos meus seguranças. - É melhor eles irem connosco - fiz uma careta - desculpa - pedi - eu prometo que eles vão ficar por longe - garanti-lhe - só a ver se alguém se aproxima.

Juntei ligeiramente as sobrancelhas quando o vi baixar o olhar e assim que fiz o mesmo, reparei que olhava para as nossas mãos, o que me levou a fazer uma careta pequenina.
- Faz mal? - perguntei baixinho.- quer dizer, faz mal estarmos assim? - voltei a perguntar, no mesmo tom, erguendo as nossas mãos unidas. Endireitei-me, mal disse que o seu segurança ia connosco e, quando se justificou, eu apenas encolhi os ombros.- não faz mal, não te preocupes.- murmurei.- ele não é nada falador, mas não me parece má pessoa.- sorri, olhando por cima do ombro para o senhorzinho.

Levantei o olhar até aos seus olhos e sorri negando com a cabeça - Não - disse logo - eu não preciso de ter uma namorada para andar de mãos dadas - encolhi os ombros aproximando-me mais dela. - Quer dizer, isto soou mal - disse compreendendo que ela podia interpretar aquilo de outra forma e fiquei meio alarmado - eu só falei nisso porque é que os paparazzi meteriam nas capas das revistas - disse-lhe - e aí a minha mãe mataria-me mas como não és minha namorada... - olhei-a percebendo que estava a falar demais e cada vez a fazer pior. Engoli em seco olhando para as sacas e forcei-me a mudar de assunto - Eles não são pagos para falar - disse a coisa mais estúpida que me apareceu na cabeça e fechei os olhos ao perceber,mais uma vez, que aquilo soava de um modo totalmente errado. Parei e como estávamos de mãos dadas, fi-la parar também. -Não era isso que eu queria dizer.